sexta-feira, 2 de outubro de 2015

E quando orarem



Quando vai nos ensinar a orar, Jesus chama a nossa atenção para uma série de detalhes. Posturas, sentimentos, expectativas e devoção muito peculiares, que devem ser acatadas por àqueles que se dizem cristãos discípulos de Jesus.
Dentre os princípios que Jesus encaminha aos seus ouvintes, ele nos sugere uma oração, que não é só um modelo, nem deve ser algo a ser decorado para repetições cotidianas. Ele nos indica um caminho espiritual, ele nos ilumina uma dinâmica de oração baseada em uma espiritualidade evangelical... que nos constrange a quando orar:
Tratar a Deus como um pai Nosso. Um pai criador e sustentador de todas as coisas, que ama, cuida, salva e quer se relacionar com toda a humanidade e toda natureza criada. Tratar Deus assim, nos ajuda a olhar o outro como Deus olha, amar o outro como Deus ama, cuidar do outro como Deus cuida...
Santificar: Santificado seja o seu Nome, assim na Terra como no Céu. Deus não precisa ser santificado, ele já o É. Jesus ora para que o nome de Deus seja santificado em nossas vidas. Que a ética do reino seja translúcida em nossas vidas, santificado o nome de Deus, por vezes tão profanado em nossos dias...
Disponibilizar-se: Venha o teu Reino, seja feita a Tua Vontade. Como filhos, como discípulos que seguem o mestre, nosso maior desejo, nosso maior esforço espiritual deveria ser para que a vontade de Deus se fizesse manifesta. Nesse sentido, Jesus nos coloca em movimento, haja vista que o reino é estabelecido nos filhos de Deus que guiam suas vidas a partir da vontade de Deus e em tudo que fazem, colocam o caráter, a graça e o amor de Deus em primeiro lugar para que seja manifesto a toda criatura. Venha nós o teu Reino, é chamar a Deus para a existência a partir da sua vida, sua vocação, suas relações etc.
Contentar-se: O pão nosso nos dá hoje. Aquilo que precisamos para viver nos conceda. E conceda a nós, conceda a todos...
Perdoar: Perdoa nossas dívidas, assim como... Aqui Jesus nos da uma lição belíssima, porém muito dura. Começar a olhar nossa prática de amor, perdão, misericórdia, compaixão para com o outro e medir nossos pedidos a Deus com essa referência. Teríamos que ser sinceros o bastante para entender como temos dificuldade de perdoar, mas como queremos ser perdoados. Nesse sentido, vem a premissa...
Clamar: Livra-nos do Mal... uma confissão de um coração sincero e contrito, que sabe que não tem condições de dar conta da sua vida e suas tentações sozinhos, precisando sempre da misericórdia e perdão de Deus. Reconhecimento este que o ajudará a lidar com o outro na mesma perspectiva de misericórdia.
Reconhecer: Porque Teu é o Reino, o poder e a Glória. Jesus nos ensina que tudo vem de Deus. Nosso coração, nossa vida e nossa mente precisa estar consciente dessa afirmativa.

Precisamos de mais discípulos que orem assim.
Possivelmente teríamos pessoas espirituais mais amáveis, mais disponíveis, mais generosas e com desejo de ser solidária. Afinal, aprenderam com Jesus que estão em missão na terra, são motivadas por um amor incondicional, incendiadas por uma espiritualidade libertadora que as impulsiona ao outro.
Discípulos tão espirituais, tão espirituais que são humanos...
Filhos tão humanos, tão humanos que são espirituais.
Que assim seja... Amém.

Naquele que nos fez, Um.
Joaze Lima, Pr.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Impressões

Ao ver os preparativos para a corrida de São Silvestre em São Paulo, como é de costume em todos os anos, realmente chegou caiu a ficha de que mais um ano acabou. Vem aí 2015...
A impressão é que os dias estão ficando mais curtos, os anos passando mais depressa e não estou conseguindo acompanhar a velocidade com que tudo está passando; e aqui está justamente o problema desta primeira impressão: tudo está passando!
Parece que não só há uma ideologia comercial, mas também já é um estilo de vida impregnado no mundo contemporâneo, a tendência de conviver com o que é passageiro, e neste sentido, acostumar-se com o passageiro. As coisas passam, cada vez mais rápido, tendo que deixar boas impressões ao passar para ser de algum modo significativo. Assim, nossas compras, nossos relacionamentos, nossos encontros, nosso lazer etc, tudo precisa ser muito forte, muito impressionante para poder ser significativo. Do mesmo jeito que se chega se vai, que se compra se quer outra, que se conquista já se quer mais! Tenho a impressão de que esta seja uma prisão perigosa.
Tenho a impressão de que se busca mais do que se pode alcançar. Pelo bons motivos de sonhar, vem a fala de que se é preciso sonhar mais, melhor, ainda mais, ainda mais ambicioso... Daqui se desenvolve uma busca desenfreada por muitas coisas, por muitas conquistas, por muitas vitórias, por muitos degraus e utilizam o que estiver à mão para alcançar: pessoas, trabalho, política, religião etc. E qual destes oferecer melhores resultados na busca do sonhos, este será o foco da pessoas como meio para alcançar o que "precisam".

Espero que sejam apenas impressões,
Espero que estejam equivocadas,
Espero que não se concretizem neste próximo ano...

Mas, se de alguma forma estiverem corretas, precisamos urgentemente repensar muitas coisas. Talvez, e só talvez, os impactos e consequências destas práticas demorem para aparecer em nossas vidas; porém, parecem não ser facilmente revertidas, e portanto, podemos ter perdas dolorosas.

Minha esperança é que reflitam, revejam e administrem a melhor forma de fugir dessas tendências. Livrem-se da pressa e correria há não ser que seja estritamente necessária.
Deem significado diferente ao tempo. Aprendam a ficarem quietos, curtir um olhar, desfrutar de um abraço sem pressa.
Permitam com que pessoas não precisem ser coisas que lhe surpreendam e lhe impactem rapidamente para poder ter valor e sua atenção...
Aprenda a ver aonde já chegou, o que já alcançou e agradecer pelo bem que já tem! Esforcem-se pelos seus sonhos, e reconheçam cada degrau que já venceram.
Tenha um excelente final de 2014 e um brilhante 2015!